ESPIRITO SANTO
Quando li "O Deus Esquecido" de Francis Chan, fiquei chocada. Nunca imaginei que Deus enfrentasse tamanha dificuldade com uma das pessoas da Trindade. Então me lembrei que eu também tivera problemas com o Espirito Santo no passado. Tinha medo. Vou lhes contar isso e como perdi esse medo.
Era muito jovem, na verdade adolescente em Goiânia, quando Pr. Enéias Tognini, um dos precursores do Avivamento no Brasil, encontrou-se com meu pai Rene Pereira Feitosa.
Papai era "Batistão", como se falava naquele tempo. Cria no Batismo com o Espirito Santo como manifestação do passado e nunca para os nossos dias. "Foi para a Igreja primitiva e depois cessou". Ele afirmava isso e afirmam muitos até hoje.
Papai e meus irmãos viraram a noite preparando argumentos para refutar Pr. Enéias.
Falaram tanto do homem, que sem o conhecer, tinha medo dele. Por que discutir, se não criam em suas teorias? No dia seguinte, o visitante foi almoçar lá em casa.
Era alto, meia idade, bonito, elegante e postura austera. Eu fiquei impressionada e desesperada. Sentamos à mesa e papai falou: "_Idelzora (Idê), ore pela refeição".
Por que eu? Logo EU? Estava morrendo de medo.... Jamais acreditaria naquele homem, só em meu pai... Adivinhem o que aconteceu... Comecei orar e acho que engasguei com a própria saliva ... não consegui continuar... Não me lembro o que aconteceu depois, só me lembro do vexame.
Meu pai foi ao retiro de Pastores onde ministraria Pr. Enéias. Quando voltou de lá era um homem diferente, minha mãe ficou diferente, a Igreja também ficou diferente.
Mamãe não nos deixava faltar aos cultos, sejam quais fossem. Então, tinha que ir aos cultos que me faziam muito medo - os cultos de oração. (mas sentava no ultimo banco) Entretanto, duas coisas me marcaram nesses cultos: o primeiro me deixou pensativa. O segundo, aterrorizada.
O primeiro. Toda igreja estava de joelhos, então, ajoelhei também e passei insistir com Deus: "_ eu quero te ver. Se tudo é verdade, quero te ver." E insistia como criança chata. Dado momento, passou por mim algo brilhante, tipo um cometa (julgo) e uma voz falou: "_Isso não é nem a sombra de Deus"* . Que susto!
O segundo. Em outro culto de oração as pessoas choravam muito ... de repente alguém deu um berro e saiu correndo pelo corredor do salão. Foi um horror! Meus pais foram atrás dele e mais tarde ficamos sabendo que fora impactado por tão grande convicção de pecados, que não suportou ficar no culto, e confessou os seus pecados.
Isso, somado às línguas estranhas, visões e muito barulho, horrorizavam-me. Assim passei fugir das reuniões de oração. Imaginava que deviam saber dos meus pensamentos, que sabiam dos meus pecados e etc...
Passado um tempo, de Goiânia fomos para o Rio de Janeiro e depois, Minas Gerais..
Não queria saber de Minas, onde sabia ser a sede do Avivamento. E eu, tinha medo.
Papai aceitou o pastorado da Igreja de Carlos Prates, BH/MG.
Um dos membros, era uma profeta que andava muito com meus pais.
Como morávamos pertinho da Igreja, voltávamos a pé para casa. Íamos em três grupos. Os três na frente, eu sozinha no meio e por último Sonja e Loide que não paravam de conversar. Ia no meio para poder ouvir a conversa dos três. Dos sonhos, visões, anjos, etc... Ainda assim, tinha medo.
O Dia fatal!
Acontecia uma conferência na Igreja com um tal de Jimmy que pregava o Batismo com Espírito Santo. Como sempre, tínhamos que ir à todos os cultos, mas agora íamos em bando, pois minhas primas de São Paulo passavam as férias conosco e rapazes da Igreja nos acompanhavam, (quem foi jovem nessa época, sabe como era) ... Mas quando chegava a hora da oração, do batismo com Espírito Santo, saíamos da Igreja rapidinho pela tangente.
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Acho que aconteceu no último dia.
Como todos os dias, acabando a pregação, o bando escapava.
Subíamos a rua conversando e rindo quando ouvi alguém me gritar: "_Ide, você não vai ficar?". Era um seminarista, aluno de meu pai. Nem tinha muito contato com ele, mas quando me voltei para trás e o olhei, vi nele como que se fosse Jesus me chamando.
Não sei o que o bando sentiu, não sei qual foi a experiência da turma, apenas sei que voltamos, sentamos nos últimos bancos ... eu... senti que me ajoelhava e o banco tremia. Não sei quanto tempo se passou, apenas me lembro de estar sendo conduzida para frente da igreja chorando, babando um pouco, trançando as pernas parecendo bêbada sem enxergar ninguém. Estava imersa em uma espécie de nuvem ou neblina. Não sei. Também não sei mais o que aconteceu depois. Não sei como voltei para casa. Nem sei como orava sem parar em um quartinho de minha casa e não sei por quantos dias.
O bando todo foi batizado com o Espírito Santo.
Eu, que me preparava para fazer medicina, me juntei às minhas tres primas e fomos parar no Betel Brasileiro na Paraíba, estudar Teologia.
FUI PEGA POR QUEM TINHA MEDO.
ELE ME ALCANÇOU!
NÃO ENTENDIA NADA DAQUILO, MAS ACONTECEU.
NÃO FOI INVENÇÃO MINHA E DAQUELES JOVENS.
APENAS SEI QUE MINHA VIDA MUDOU E MEU MEDO SE FOI.
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https://youtu.be/-AogBC2W4MQ?si=VlrGG1Awy2_8yX-T
Era assim quando foi à Goiânia. 👇👇👇
Enéas Tognini em quatro momentos: recém-formado, em seu gabinete pastoral, numa pregação e sorrindo aos 100 anos